A lenda do pássaro de fogo.
A lenda do pássaro de fogo
A missão.
Componentes:
Narrador, Índia Jacira, Índio Guaraci, Pajé temininós, Pajé botocudos, Cacique temininós, cacique botocudos, Pássaro de fogo, feiticeiro. Tupã.
Primeiro Cenário, Floresta
Narrador: Havia duas tribos, a Botocudos e a Temiminos, que eram inimigos e guerreavam com muito ódio.
Um dia a índia Jacira da tribo Botocudo despertou de seu sono era o mês de junho, passeando pelo seu habitat onde hoje o homem branco a chama de Mata Atlântica, percebeu que ela estava destruída. Teve uma grande surpresa viu alguns madereiros destruindo-a ficou furiosa. Foi logo brigar com eles.
Jacira _ Quem são vocês? Porque estão cortando estas árvores? Não podem fazer isso com as coitadas.
Madereiro _ Sai prá lá nativa, como se atreve falar desta maneira, eu sou madereiro. Meu oficio é cortar arvore, deixo-me trabalhar louca.
Jacira _ Eu louca!!!! Sou Jacira uma nativa. Despertei de um sono de milhares de ano o que vejo aqui a destruição da natureza. Não quero que destrua nosso habitat. Exijo que abandonem esta floresta agora e já.
Madereiro _ Rháá, rháá, rhaáá, Isto era prá rir, então vou rir, rhááá, rhááá.
Jacira _ Não é prá rir, o que falo é sério se sensibilize que estão errados. Vão embora. Se não!!!!
Madereiro _ Se não o quê? Vai fazer alguma comigo? Vai embora indiazinha increqueira se não eu derrubo uma árvore em cima de sua cabeça lindinha.
Jacira _ Então tente monstro!!!! Destruidor!!!
Jacira não percebeu que outro Madereiro se aproximava e a pega por trás. Ela fica esperneando e gritando.
Jacira _ Me solta, coloque-me no chão, depressa é uma ordem.
Madereiro _ Amarre-a, vamos ensinar esta nativazina que não se deve enfrentar homem branco, nós não perdoamos. Ela precisa compreender que quem manda aqui é o homem branco e Índio não apita em nada.
Madereiro II fala grosso igual um bobão.
Madeiro II _ Oh, patrão ela é tão bonita, deixa eu dar um beijo nela. Você deixa patrão, deixa patrão, deixa.
Madereiro _ Não viemos namorar, viemos aqui é para extrair madeira e outras coisas que vão dar lucro na cidade. Temos que trabalhar rápido as serrarias estão a todo vapor, precisamos abastecê-la. Não podemos parar por nada.
Jacira _ Me solta, me coloca no chão seu rabugento, barbudo fedorento.
Madereiro II _ Ela esta me ofendendo patrão, vou bater nela.
Jacira _ Me bate Mané!!!!
Madereiro II _ Eu não bato em mulher.
Madereiro _ Nativos valentes, macho ou fêmea agente mata no fogo, vira churasquinho.
Jacira _ Se atreve, meus amigos vêm me socorrer.
Madereiro _ Quem são seus amigos os nativinhos como você, se eles vierem aqui eu corto todos no tiro.
Jacira _ Vamos ver.
Eles deixaram Jacira falando e foram acender a fogueira, para matá-la queimada.
O pássaro de fogo que planava no ar, vendo aquilo, correu para levar a mensagem de socorro e o primeiro que ele encontrou foi Guaraci.
Guaraci vendo a mensagem do pássaro saiu correndo pela floresta, de repente ele chega.
Onde o pássaro havia mostrado, ele vê Jacira amarrada, acabada e cansada. Já havia passado algum tempo sem água e sem comida. Guaraci então tenta chamar a atenção dela. Então ele assobia bem alto.
Guaraci _ Psiu, psiiu, psiiiiu!!!!!
Madereiro II _ Credo que assobio estranho, parece o saci. Disse o madereiro com ar de assustado.
Madereiro _ Deixa de ser besta homem, esta com medo. Homem que é homem não tem medo de nada.
Madereiro II _ Não tenho medo. Só estou cismado, e quando estou cismado eu sinto um frio danado na barriga.
Camuflado embaixo dos arbustos guaraci assobia novamente.
Guaraci_ Psiu, psiiu, psiiiu, psiiiiiu!!!!!!!.
Madereiro _ Está com meeedo homem frouxo.
Madereiro II _ Não estou não, mais o senhor tá ou não tá.
Madereiro _ Porque eu haveria de está, homem macho que nem eu não fico com medo atoa. Eu sou macho e macho de mais, eu honro minhas calças.
Madereiro II _ O senhor esta com cara muito feia, isto é cara de macho, isto é cara de cagão, pelo que vejo o senhor esta com as calças toda molhada.
Madeiro _ Você tá doido, minha calça está molhada de suor, estou nervoso e furioso.
Madereiro II _ Então porque está catinga. Eu acho que o senhor cagou!!!!
Madereiro _ Me respeita, ooou.
Então o Madereiro II _ coloca a mão no nariz, e diz eu respeito ao senhor.
Guaraci que havia percebido que eles estavam falando incrementou seus gritos de terror.
Guaraci _ Uaaau, uauuu, Uaaaau, Psiiu, psiiiu!.
Os dois madereiros com medo partiram em disparada no meio da floresta.
Guaraci se aproxima da moça e logo percebe que ela não é de sua tribo, nem de tribo amiga. Mais ele não quer nem saber, ele veio parta salva-la e nesta hora não há tempo para procurar saber quem era, vai logo a desamarrando. Com o movimento de desamarração ela acorda.
Guaraci- (fala sozinho). Coitada que maldade, como pode alguém fazer mal a uma jovem tão linda. É a mais linda que meus olhos já viram.
Jacira, ouvindo aquilo abriu um dos olhos, percebeu que o Índio que veio salva-la era muito bonito, tão bonito como ela nunca tinha visto antes, mas para não perder a oportunidade de ficar um pouco mais com ele, ela fechou os olhos rapidamente, fingindo desacordada.
Guaraci pegou preocupado pega uma folha e em sua moringa que carregava nas costas cheio d’água molhou-a e colocou na boca da moça desconhecida.
Guaraci _ (falando sozinho). É linda de verdade, que boca bonita, que cor de pele, parece casca de jambo maduro. Infelizmente não a conheço.
Quando ele fala isso, ela dá uma tossida.
Olhando bem para ela ele diz.
Guaraci _ Que bom tu acordaste.
Ela abre os olhos, esta deitada nos braços do desconhecido, se espreguiçando, se aconchega nos braços do rapaz.
Jacira _ Quem és tu, porque estás comigo em teus braços.
Jacira _ Sou Guaraci, da Quinta geração da tribo temininós, vim salva-la meu ajo guerreiro veio voando e aviso-me que alguém corria perigo, neste lado da floresta.
Jacira _ Tu é temininós de verdade, vós sois do mal?
Guaraci _ sou temininós com muita honra, não somos do mal, as vezes somos com quem és com a gente. Quem és tu moça?
Jacira _ Eu sou da tribo dos botocudos, sou defensora da natureza.
Guaraci _ tu és uma botocudo?
Jacira _ Sou.
Guaraci _ Tua tribo é má, vivem em guerra com a minha tribo. Quando vi em apuros, percebi que não era temininós, no entanto cavalheiro como sou, não pude deixar de salvar uma linda dama. Principalmente quando ela está nas mãos de homens brancos.
Jacira _ (Ela começa o discurso calmo e vai ficando nervosa). Melhor deixar-me morrer do que humilhar-me, poderia deixar-me morrer na mão deles, eu preferia, estou complexado e jamais me perdoarei. Ser salva por um membro de uma tribo rival, ainda por cima temininós.
Ela começa a gritar.
Jacira _ (nervosa) Estou sem saber o que fazer, melhor se estivesse morta.
Guaraci quando vê o desespero dela, vai se afastando para ir embora, e quando vai começar a correr na trilha da mata atlântica, ela grita.
Jacira _ (emocionada). Não vá, fique, desculpe-me, sou sendo ingrata.
Ele volta e olha em seus olhos. (com ar de nervoso)
As bocas quase encontram.
Guaraci_ (emocionado). Não, não posso, tenho que ir.
Jacira _ (Meiga). Não vá, não vá, fique comigo mais um pouquinho.
Guaraci _ (seco de emoção). Tenho que ir, não pode ficar, há uma coisa estranha dentro de mim, irei morrer de sentimento de culpa, não posso deixar que a emoção me domine. Serei um traidor, se me envolver contigo.
Jacira _ (emocionada). Não podes ir, não resista ao amor, pague o preço, mesmo que seja ele o preço muito alto, mesmo que este preço seja a morte, mais fique comigo, beija-me.
Guaraci _ (racional e seco). Esta louca quer que morramos.
Jacira _ (emocionada). É melhor morrer farto de amor, doque viver toda uma vida estio de sentimento. Que gosto tem viver no vazio e na solidão.
Guaraci _ (ele se emociona).Tem certeza daquilo que estás pedindo, tu não se arrependerás, nem que o castigo parta de sua própria tribo?
Delirando de amor, ela fecha os olhos e sussurra. Esperando uma atitude do racional índio Guaraci.
Jacira _ (extasiada de amor). Penso nisso depois. Beija-me, nunca beijado, deixa-me desvendar este mistério em sua boca. Abra seu coração, ama-me com paixão, faça-me a loucura que quiser amanhã será um novo dia. Esta noite o céu será o nosso teto, será o nosso abrigo. Apenas as Árvores noturnas e os animais saberão que estamos aqui.
Guaraci _ (querendo se entregar).Queria sentir esta mesma emoção, de ser homem e Ter coragem, para suporta-a. Queria que meu coração fosse minha própria bomba, que mudasse meu destino e forma de pensar, tenho que deixar de ser racional, a despeito de tudo, quero viver irracionalmente como você, revolucionando minha alma. Serei um guerreiro não de flecha, mais de amor, cederei aos seus encantos, amanhã pagaremos o nosso preço, mais hoje viveremos do prazer, como se fosse o ultimo dia de nossas vidas.
Jacira _ (emocionada com o que ouviu). Não importa se nossas tribos são inimigas, o que importa que nossos corpos se ardem, mais que a perfuração de uma flecha, ainda que morramos deixaremos uma mensagem “ de que o amor não tem fronteira ” e isto será uma semente para aqueles que vierem depois de nós. A revolução não pode ser só feita com flechas, poderá também ser feita com o amor. Irmãos tribais não podem ser inimigos prá sempre. Enquanto esta guerra e este ódio separam nosso povo indígena, o homem branco nos acurrala, nos cercam destroi nossas matas e matam nossos animais. É com eles que deveríamos brigar, mais a cegueira dos mais velhos não deixa ver isso. Guaraci pense “ninguém segura o amor”. Se um dia fores cacique, mude a visão do seu povo.
Acabando de falar isso ela cai em teus braços, ele se entrega e a abraça com fervor. Aquela noite eles não foram para suas tribos passaram a noite se deliciando dos braços e dos beijos um do outro.
Seus destinos estavam sendo traçados, os pajés temininós e botocudos sentiram falta deles. Em suas seções espiritas os viram em bolas de cristais.
Ficaram decepcionados, ao verem os jovens dormindo juntos nas florestas, correram a contar aos caciques, cada qual mandou buscar seus traidores. Os pajés eram inimigos mais tinham poderes idênticos.
Eles eram nômades e por isso fizeram seus julgamentos bem próximos. Dava prá vê o que estava acontecendo na tribo vizinha.
Cada qual foi carregado para sua tribo, foram julgados como traidores, a lei deles, quem traía não tinha perdão era inimigos.
Começa a seção de bruxaria.
Eles ascendem uma fogueira, com um grande tacho e ali vão colocando todo tipo de coisas para fazer o mal a Guaraci e Jacira. Cada coisa que eles colocavam olhava para o outro como se estivesse disputando quem fazia a bruxaria mais forte.
Pajé botocudo _ Pelos espíritos das águas e pela força do fogo pede a floresta que transforme aquele índio que seduziu Jacira em um monte de pedra.
Pajé temininós. Pelos espíritos das águas e do sol que tudo vê peço que transforme Jacira em um monte e adormecerá para sempre.
Antes de fazer efeito um pássaro encantado quase invisível soltou-os. Quando o feitiço fez efeito os dois estavam correndo, longe um do outro, apenas o céu os ligava, derrepente no meio da floresta houve um grande estrondo.
Seus corações explodiram como uma bomba,
Dos olhos de Jacira águas correram dos olhos de guacari também correram água, formando dois rios.
Mais adiante os dois rios se uniram, formando apenas um, levando suas lágrimas de paixão para o mar. Separam seus corpos fazendo-os de monte, mais não conseguiram mata-los.
O casal apaixonado virou duas pedras.
Os rios são Santa Maria e o Jucu.
Um feiticeiro, comovido com a dor dos dois enamorados, que não puderam ficar juntos resolve ajuda-los.
Feiticeiro – Oh, Deus Tupã permita o amor de Jacira e Guaraci. Que o amor seja forte e nunca confundido, que seu efeito seja benigno visto e provado por toda humanidade. E que ninguém seja prisioneiro por amor, pois o verdadeiro amor é liberdade.
Tupã - Permitirei Que todo ano, no dia de São João o pássaro de fogo volte e voe de uma montanha e outra e nesse momento eles possam recuperar a forma humana, venha expulsem todos que degradam ao meio ambiente e se amem até o amanhecer.
E todos que protegem o meio ambiente ou enamorados, forem verdadeiros e puros, como o amor de Jacira e Guaraci, verão o pássaro de fogo cruzar de um monte ao outro.
Hoje chamam de monte Guaraci, mestre Álvaro e o monte Jacira, Moxuara ( pontos turísticos), eles se namoram apenas com o olhar, tendo um encontro carnal de ano a ano.
Quando estão tristes suas lagrimas aumentam o leito dos rios, hoje eles chamam rio Santa Maria e Jucu.
Que é muito importante, pois abastece a grande vitória.